A Chacina do Jacarezinho, ocorrida no Rio de Janeiro em maio de 2021, evidencia não apenas
a violência física brutal recorrente em territórios que abrigam comunidades em situações de
empobrecimento e vulnerabilização social, mas traz para a discussão como todo um conjunto de
representações midiáticas ajuda a reproduzir estigmas com relação a vítimas e familiares,
alimentando discursos de ódio em plataformas sociais digitais. O impacto dessas narrativas
ultrapassa o campo virtual; influencia e escancara percepções, atitudes e concepções de mundo
que se conectam com o aspecto político da sociedade, como um todo. Comentários postados em
conteúdos de canais jornalísticos se apresentam como interessante material de análise sobre
padrões, recursos e exemplos que confirmam o nexo entre desinformação e posições extremas
que buscam justificar o extermínio social. A educação midiática se coloca como um possível
meio para o enfrentamento desse quadro, abrindo espaço para debates sobre esse ciclo que se
retroalimenta com base em preconceitos, discriminações e intolerâncias, inclusive se valendo
de materiais como vídeos e fotografias. Ao aplicar a metodologia do Discurso do Sujeito
Coletivo (DSC) na análise dos comentários de leitores registrados em matérias do Portal Terra
e da TV Cultura sobre a Chacina do Jacarezinho, foi possível aferir algumas das linhas principais
de manifestação e argumentação, bem como ter uma noção do peso da propagação da defesa
das execuções sumárias e da morte na comparação com outros pontos de vista.
JORDÃO, Thais Lira. A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO MIDIÁTICA NO COMBATE DE DISCURSO DE ÓDIO: CASO CHACINA DO JACAREZINHO. UNIRG - UNIVERSIDADE DE GURUPI - 2023. Disponível em https://repositorio.unirg.edu.br/documento/99. Acesso em 15/03/2025.